Embora essa representatividade esteja ganhando força, ainda é necessário um olhar mais equilibrado na questão de gênero. Formada em Economia com especialização de Marketing e experiência de 15 anos no mercado agrícola na indústria de defensivos agrícolas, sementes e fertilizantes, Monique Gomes Marques acredita que o maior desafio está sendo em capacitar essas profissionais. “Precisamos quebrar alguns paradigmas em funções consideradas ‘inapropriadas para mulheres'”, disse a gestora de uma equipe com a predominância de mulheres.
A especialista não está sozinha. A desigualdade de gênero ainda é vista como um desafio a ser enfrentado por 64% de mulheres que responderam à pesquisa divulgada em outubro de 2021 pela Agroligadas, com apoio da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Das 400 mulheres que atuam no agro ouvidas pelo estudo, 87% acham importante ter o mesmo nível de treinamentos, 80% percebem que é preciso mais apoio para mulheres que sofrem com a desigualdade de gênero, e 90% enxergam como fundamental aumentar a divulgação de casos de sucesso.
Apesar disso, 93% das entrevistadas disseram ter orgulho em atuar no campo. A maioria são proprietárias, seguidas de diretoras, gerentes, administradoras, empregadas, supervisoras, médicas veterinárias, engenheiras agrônomas e zootecnistas, além de estagiárias. Para 79% delas, a situação das mulheres no agro melhorou em dez anos.
“Com a vivência profissional de alguns anos neste setor, me sinto feliz em ver as mudanças e oportunidades que estão sendo criadas para as mulheres que estão chegando, pois encontrarão um ambiente com mais equidade e respeito para se desenvolverem. A expectativa é de que daqui alguns anos tenhamos um espaço livre de preconceitos e que as novas gerações possam transitar por uma estrada pavimentada por mulheres resilientes e fortes, como as que tive a oportunidade de conhecer, trabalhar e me espelhar ao longa da minha trajetória”, ressaltou Marques.
Fonte: http://www.linkedin.com/in/moniqueggomes